Com reforma atrasada e falta de funcionários, hospital Emílio Ribas é tema de abaixo-assinado

Funcionários organizam abaixo-assinado contra desmonte do hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

Referência na assistência a pessoas com doenças infecciosas na América Latina, o Hospital Emílio Ribas enfrenta dificuldades.

A instituição, inaugurada em 1880, esteve na linha de frente de grandes epidemias que marcaram o país, como a febre amarela, a meningite, a aids e, agora, o sarampo.

Mas, segundo médicos e enfermeiros, as condições de trabalho são precárias desde que o governo de São Paulo começou a reformar o hospital, em 2014. Com previsão de término em 2016, o prazo foi estendido para 2022.

Com as obras, metade dos leitos foram fechados, e agora, os novos não funcionam porque faltam profissionais. A infectologista Marianna Lago explica que esse é o caso da UTI infantil.

“Já existem diversos leitos de pediatria entregues, de UTI, mas não tem como utilizar porque não temos recursos humanos para abrir esses leitos. O principal hoje talvez não seja nem a entrega da reforma, seja a falta de recursos humanos. Tem muito profissional se aposentando e não está ocorrendo a reposição, e não há programação do governo para que haja novo concurso público”.

Segundo Marianna, o mesmo problema afeta o serviço de patologia e o laboratório, onde faltam equipamentos.

Em nota, a direção do Instituto Emílio Ribas informou que o governo investiu quase R$ 200 milhões na reforma, e que obras sempre causam transtornos.

A direção acrescenta que não pode investir em novos equipamentos, nem no serviço de patologia, por causa da situação provisória. E que a falta de medicamentos se deve a atrasos, por problemas burocráticos nas licitações. Não foi informado prazo para a conclusão da obra, nem nada foi dito sobre a falta de profissionais.

Até o final dessa reportagem, mais de 250 mil pessoas já tinham assinado o manifesto dos funcionários do Emílio Ribas.

Reportagem: Eliane Gonçalves | EBC

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